terça-feira, 10 de julho de 2012

Prólogo.



Estranhei primeiro por ter dormido.
Acordei lavado em suor, como se tivesse chovido sobre mim. O som de uma respiração fraca, somado a todos os outros sons de uma noite ordinária.
 O vento no corredor e o estalo dos pequenos arbustos que batem nas portas das janelas, chamando pelas flores de dentro dos quartos do seminário vizinho. Como se quisessem brincar, não sabem que é tarde.
Será uma noite longa e agitada. Não há posição confortável.
 Não para meu corpo e menos para meus pensamentos, que dispersos no escuro, voam  e respiram esse ar que falta em meus pulmões.
Falta de educação de minha parte, não me apresentei.
Nem vou. Nunca me preocupei com a educação como a vemos por aí, falsa e premeditada.
Passei a escrever, às quatro da manhã de uma quinta qualquer, pois tenho de lhes contar uma história.Afinal, é provável que esta seja minha última chance.
Vou contá-la como foi e também como eu gostaria que tivesse sido. Afinal, assim é e será com todos que já viveram por aqui.
Sonhamos muito e realizamos pouco. Pouco para se dizer por aí.Por isso nos permitimos imaginar tanto.
Esta história é meu sonho e estando perto de partir, deixarei-a com vocês. Ela é tudo o que me resta para deixar.
O consolo vem de saber que tentamos e a admissão do fracasso surge da análise de quem fomos.
Agora tenho de me preparar para isso.Encontro com vocês no capítulo primeiro.
Até logo. 

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