sábado, 28 de setembro de 2019

Pudor

Deixe de mentir,
você não tem pudor
nem sabe conviver em paz.

Vai se repetir
se não tiver amor.
Não basta se esforçar demais.

Não adianta
ficar gritando,
eles não vão te dar ouvidos.

Você é um só,
Eles são muitos.
Não tente controlar a multidão.

Tome cuidado
com tuas histórias
Eles não não vão guardar segredo.

Hipocrisia
tem todo dia
Não pense que vai melhorar, não.

E eu estou voltando pra casa.


Ozni Coelho Simões

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Versos Simples IV

Dos rumos que impomos,
talvez um tanto já desgasto,
meu sapato há decorado o percurso do porvir.
Se de fato nada há novo,
preparo-me saudoso
do tempo em que o único ocioso era eu,
Só a dormir.

Agora, pois,
com peso em meus ombros,
pernas bambas adiante,
novo hino posso ouvir


Ozni Coelho Simões

terça-feira, 24 de setembro de 2019

...aos moleques engravatados...



O amor destes tantos por poder, por controle, por glória, faz-me sucumbir novamente ante ao abismo de angústia.
Vejo refletidas nas faces dos soberbos travestidos de piedade a arrogância e fissura por aclamações de seus próprios nomes.
Cantam, gritam, anunciam, pregam e até arrebatam seguidores em prol das obras de amor, mas seus interiores são sepulturas abertas, escancaradas.
São assassinos de vigor, de carisma, de vida, de unção, de dons e de propósitos...
No fim das contas, Deus há de cobrar...

Ozni Coelho Simões

domingo, 22 de setembro de 2019

O que move o meu povo

O que move o meu povo é a esperança naquilo que não fenece, não desvanece, não murcha.
O que move o meu povo é o Sopro Inspirador do Espírito de Vida.
O que move meu povo é aquilo que eleva, que exala, que exalta e magnifica a Majestade do Deus Criador.

Isso porque o meu povo não é daqui, isso porque meu povo vem de cima, vem do alto, vem do céu, para onde voltaremos quando Ele tocar a trombeta.

Ozni Coelho Simões

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Eco

Outro som, pensei um eco, mas um grito se fincou.
Não era dor, talvez o fosse, desespero ou terror.
Velhos riscos, outros discos, vento limpo, peito arisco.
Desonrado doutras formas, cansado, desprevenido.
Talvez fosse melhor que eu não escrevesse mais
Se o par de olhos grandes outrora fonte de paz
Já cansados de inspirar toda a poesia, melodia que se faz
Tudo por medo, receio, apreensão de ter que voltar atrás.
Ponho em versos outra vez, outra vez ou dessa vez
Talvez agora não seja tão solene, mas com certeza, diferente
Esse vento ninguém pode ver
Mas a gente ainda sente.
E se sente, por que não cantar?
Se tem asas, por que não voar?
Tal gravidade pode talvez me preocupar
Mas nunca, jamais, me fará parar.
Seja aqui, ou seja lá.
O que olho nesses olhos
Causando em mim o que se há
Um motivo pra cantar


Ozni Coelho Simões

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Versos Simples III

Outros me chamariam de louco.
Louco sou, eu sei.
Desta forma me traduzo, me embaralho, me distraio.
Em minha esquizofrenia de cada dia
Deitado em letargia
Olhei e vi tua beleza, mas que beleza!
Mas, proibido, disse adeus.
Nem tudo pode ser como planejamos...


Ozni Coelho Simões

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Escarcéu

Vi por aí um olhar viciante
Cabisbaixo, entre a terra e o céu
É tão normal esse impasse adiante
Importuno, imenso escarcéu.

Eles pensam que é normal
Fazer num copo o temporal
Mas por aí se mostram tão descontentes.
Sem se amar, mas se ver num mural...


Ozni Coelho Simões

sábado, 14 de setembro de 2019

Vá!
Não deixe o teu medo te parar,
Acorde logo, a manhã vai acabar.
O sol está do teu lado,
Aproveite e comece a andar.

Vá!
Vai e corre, corre sem parar!
Não deixe o teu medo te parar.
Não pode permitir a letargia no teu ser te fazer renunciar.

Vá!
Confia que Deus vai te ajudar.
Um novo dia está para chegar.
Agora se dedica. Fecha os olhos, pega impulso,
E se joga pra voar.

Vá!



Ozni Coelho Simões

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Madrugada





Madrugada
A noite já mostrou a sua força, cor
E ninguém soube combater
Sem sua luz, pouco descansei
Mesmo acordado,
Sinto-me sonhar
E então você trouxe mais do sol
Que só se pôs...
Porque era pra ser assim...

Ozni Coelho Simões

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Quem os via...


Quem os via, se assustava.
Ele era agitado ao seu modo, ela era calma.
Ele era de humanas, ela era de exatas...
Para ele, tudo o sufocava; para ela, tudo a perseguia.
Para ele, ela era seu ponto de paz; para ela, ele era sua combustão e euforia.

Ela era romântica, ele calado, apenas completava o que ela falava.
Ela era ciumenta, ele via tudo isso e até gostava.

Ainda assim, eles eram iguais.
Iguais até demais...
Tão iguais que se entendiam,
Tão iguais que se completavam
E quem os via, se assustava...



Ozni Coelho Simões

domingo, 8 de setembro de 2019

Liberdade


Enquanto não houver a luz do Sol,
nada bom há de queimar.
Enquanto não ouvir o som do mar,
ninguém nele vai se molhar.


Enquanto não houver libertação
a pouca euforia vence à razão.
Do nada tudo é desilusão,
enquanto não houver disposição!

Com tempo cedo, cedo me levanto,
emergindo o Azul da cor do céu.
A tênue labareda rara
me guia na ponta do pincel.

Se devo morrer de tanta saudade
aos poucos sei que nada sei.
Enquanto não houver insanidade
Jamais eu me libertarei...

Inconsequente viverei,
Sem lei...

Ozni Coelho Simões

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Está por vir!

Está por vir.
Eles dizem quem não creem, mas está por vir.
Será tão rápido, que quase não veremos, mas está por vir.
Não será avisado na hora, está por vir.
O grito Dele se ouvirá, pois está por vir.
Sua voz ecoará, está por vir.
O meu Rei do céu virá, está por vir.

Quando Ele vier (e Ele está por vir)
Todo o choro acabará (está por vir)
Um novo dia há de raiar (está por vir)
Jesus Cristo vai voltar (está por vir)

Hoje canto, está por vir
Me levanto, está por vir
Creio que Ele está por vir
Pra me buscar está por vir
Pra me levar está por vir
O dia em que eu quero ir está por vir

Ah, como eu quero ir! (Está por vir).
É meu sonho, o meu alvo está por vir
Esse mundo não se importa, mas está por vir
Quer me desvirtuar, mas Ele está por vir

Que seja logo, que seja agora. Está por vir
E quando Ele vier, por fim serei feliz.
Ele está por vir!


Ozni Coelho Simões

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O pregador cansado



Chove na cidade de São Paulo, o chão seco empoeirado remove a candura das vestes alvas do sangue azul.

A extremidade do nascente do sol, os pés e mente em locais afastados, vida e sonho em discrepâncias intensas, só nos resta esperar a sentença: loucura rançosa pela muita crença.

O pregador ferido sentou-se à frente de si mesmo refletido no que pensou ser o espelho com todas aquelas marcas de sujeira trazidas pelo tempo. Era assim, cansado, perdido, desatento.

Desatento ao fato de que tudo o que ele queria era crescer. Desatento ao fato de que o pouco que ele precisava era soltar o ar para puxar a novidade.

Na guerra do caos, um jovem fugaz, linhas no rosto e na alma um grilhão. Sorrisos amenos, beijos profanos, taças em chamas e na cama a poção. Poção pra dormir, a qualquer outro custo, de novo isso tudo, tão pobre ilusão.

Ozni Coelho Simões

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Cochilo...


Tudo foi ontem! De repente me deparo com o fato de que as pequenas transformações de pouco tempo atrás resultaram em grandes mudanças no quadro geral do agora!
Um pouco de tudo. De tudo um pouco.

As olheiras, o cansaço no olhar. As dores agonizantes no corpo, a beleza que vai envelhecendo. As marcas do choro, as marcas dos risos! Em tudo envelhecemos.

Me cabe deitar um pouco mais e tirar mais um cochilo. Parece que foi ontem que sonhei pela última vez, mas há faz tanto tempo...

Ozni Coelho Simões