Era uma queda livre. Aquele friozinho na barriga que lhe
percorria o corpo inteiro fazia com que ele sentisse náuseas e ânsia de
vômito. Sentíamos pena dele. Era pequeno
à longa distância, e causas naturais nos impediam de nos aproximarmos dele.
Ele caía muito rápido. Víamos que ele estava desesperado. Caía à
própria sorte, se é que isso pode ser chamado de sorte. Eu só sei que ele
estava numa queda livre. Queda esta que ele sofria sozinho, não havia mais
ninguém ali.
Ele parecia estar gritando, mas o som do vento parecia
sufocar-lhe. Era aterrorizante ver tudo o que estava acontecendo. Sabíamos que
ele era formoso à vista quando pisava em terra firme, e quando na terra
colidir, ficará desfigurado, destruído, quebrado.
Era uma queda livre, que não durou muito. Muitos anos de vida
sendo literalmente jogados ao ar. Se espatifando em queda livre, em
pouquíssimos segundos.
Oc Simões