Chove na cidade de São Paulo, o chão seco empoeirado remove
a candura das vestes alvas do sangue azul.
A extremidade do nascente do sol, os pés e mente em locais
afastados, vida e sonho em discrepâncias intensas, só nos resta esperar a
sentença: loucura rançosa pela muita crença.
O pregador ferido sentou-se à frente de si mesmo refletido
no que pensou ser o espelho com todas aquelas marcas de sujeira trazidas pelo
tempo. Era assim, cansado, perdido, desatento.
Desatento ao fato de que tudo o que ele queria era crescer.
Desatento ao fato de que o pouco que ele precisava era soltar o ar para puxar a
novidade.
Na guerra do caos, um jovem fugaz, linhas no rosto e na alma
um grilhão. Sorrisos amenos, beijos profanos, taças em chamas e na cama a
poção. Poção pra dormir, a qualquer outro custo, de novo isso tudo, tão pobre
ilusão.
Ozni Coelho Simões
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