sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Eco

Outro som, pensei um eco, mas um grito se fincou.
Não era dor, talvez o fosse, desespero ou terror.
Velhos riscos, outros discos, vento limpo, peito arisco.
Desonrado doutras formas, cansado, desprevenido.
Talvez fosse melhor que eu não escrevesse mais
Se o par de olhos grandes outrora fonte de paz
Já cansados de inspirar toda a poesia, melodia que se faz
Tudo por medo, receio, apreensão de ter que voltar atrás.
Ponho em versos outra vez, outra vez ou dessa vez
Talvez agora não seja tão solene, mas com certeza, diferente
Esse vento ninguém pode ver
Mas a gente ainda sente.
E se sente, por que não cantar?
Se tem asas, por que não voar?
Tal gravidade pode talvez me preocupar
Mas nunca, jamais, me fará parar.
Seja aqui, ou seja lá.
O que olho nesses olhos
Causando em mim o que se há
Um motivo pra cantar


Ozni Coelho Simões

Nenhum comentário:

Postar um comentário