Sem
dúvida, o tempo tem sido meu principal aliado. Ele não para nunca. Nós estamos
passando junto com ele. Eu estou com ele, e ele comigo. Andamos paralelos. Ele
passa, eu passo. Ele muda, eu mudo.
Eu
olhei o texto do meu irmão aqui, e me espantei com o que vi. Eu não pude
acreditar que ele mostrou realmente a minha visão de vida. Mesmo eu sabendo que
o que ele narrou foi algo da vida dele, eu me encontrei em suas palavras. Ele
falou de mim ali. Ele falou o que eu sinto hoje quando olho para mim em outra
época.
Olho
para o Ozni do passado. O cara que vivia um mundo virtual. O mocinho que achava
que tudo estaria em seu favor quando ele tentasse fazer qualquer coisa. Era
criança. Teve uma frustração, pois ela não me quis. Eu queria voltar no tempo
para poder dar esbofetear a minha cara e dizer: “seu idiota, esqueça essa babaquice
sua anta!”
Eu
sei que se eu voltasse no tempo para falar a mim mesmo o que eu tinha que
fazer, eu não me obedeceria. Falo isso porque eu não segui os conselhos dos
experientes que queriam me guiar. Se eu não ouvia aos que eu admirava, eu ouviria
a mim que sei que não passo de um verme?
Dou
graças a Deus que hoje eu sei o que eu não devo fazer. As imagens que possuo em
minha mente daquela que eu acreditei no momento que era o meu primeiro amor não
são tão perfeitas como ela era. Mas o problema não é esse, é que eu achava que
era amor, mas era ilusão. Eu nunca amei, esse foi o fato. Eu não sabia diferenciar
o amor da simples vontade de estar com a pessoa.
Diferentemente
de alguns outros, eu tenho registros. Eu marco tudo o que sinto. Tenho cadernos
e mais cadernos que possuem em suas páginas alguns relatos dos meus sentimentos
e dos meus pensamentos. Eu sempre escrevo o que aparece dentro de mim. É óbvio
que eu escondo cada sentimento em mensagens subliminares e as espelho nesse
blog em meus textos.
Eu
comecei a escrever esse blog. Cada palavra que eu escrevia era uma forma de eu agir
como um administrador desse blog. Eu fazia desse blog um carro, o qual eu amava
dar a direção a ele. Sentimentos? Isso não fazia parte de mim, até que enfim, ela
apareceu. Eu achava que tinha amado antes, mas descobri que nunca amei. Ela
apareceu a mim, e o amor nasceu.
Não,
eu não a amo, mas a certeza de que eu amei continua em mim. Agora, nenhuma das
que surgem em minha vida podem transmitir a mim o que o meu primeiro amor me transmitiu.
Sim, ela foi o meu primeiro amor. Sou grato a ela, porque, mesmo não dando
certo, ela me ensinou a amar. Pode parecer piada, mas é sério. Eu tenho
registros nesse blog. Nasceu um bosque em Petra, nesse texto eu já descobri o
amor.
O
amor não me tornou sentimental, nem mesmo me fez analisar as estrelas e nem as
flores. Eu não precisei disso. O meu caderno mostra isso. Eu simplesmente senti
uma vontade de me doar inteiramente a ela. Quis ser útil. Ela foi a minha vida.
Vê-la sorrir foi meu pagamento, até que eu não consegui ser 100% bom para ela.
Ela
foi meu primeiro amor, mas passou. Talvez não fosse o certo. Talvez não fosse o
tempo certo para amar, mas amei. E hoje eu tenho a base do amor em mim,
esperando encontrar em outra pessoa o que eu encontrei nela. Hoje eu tenho uma
base do amor, o meu erro é querer sentir por outras o mesmo que eu senti na
primeira vez que amei. Isso me falta. Isso me faz ser mais irresponsável com os
sentimentos alheios.
Agora
eu estou volvendo meus olhos às minhas anotações passadas, para encontrar uma
resposta aos meus questionamentos e aos meus sentimentos. Eu luto e espero que
a vitória no final dessa pesquisa seja melhor que o primeiro amor. Porque eu
não suporto mais esse silêncio.
Eu
não quero me atrair, eu quero amar, é pedir muito? Deus, por favor, livra-me das
dúvidas antes que eu me livre de mim mesmo.
Mas
enquanto eu não me livro nem de um nem de outro, eu vou registrando cada
detalhe para ter o que fazer amanhã.
Ozni Coelho...
Nenhum comentário:
Postar um comentário